“Muito mais do que apenas colocar algo no lugar”
Frequentemente nos deparamos com o pensamento de algo não
está no lugar em nosso corpo, principalmente quando nos referimos a nossa “Coluna
Vertebral”.
Na realidade, a nossas articulações não saem do seu lugar
de forma alguma, a menos que estejamos nos referindo a uma luxação ortopédica
devido a trauma severo, fratura...
Quando nos referimos em quiropraxia ao termo
“subluxação”, estamos descrevendo uma condição que aponta para um quadro de
bloqueio de um ou mais planos de movimento de uma articulação (flexão,
extensão, rotação ou inclinação), gerando alterações cinesiológicas,
neurológicas, bioquímicas e miológicas, que irá expressar-se através desconforto local,
alteração de tônus muscular, formação de bandas tensas na musculatura,
restrição de movimentos, compensações em articulações distantes e alterações de temperatura na região acometida. Porém, as subluxações não geram consequências apenas nas articulações e na musculatura, pois
o nosso corpo é uma unidade funcional harmônica e interdependente, dessa forma,
as raízes nervosas que atravessam as articulações subluxadas sofrerão
interferências na condução nervosa causando disfunções nos tecidos, áreas
corpóreas, órgãos e vísceras que são inervados por esses segmentos. Então, uma
pessoa que sofre alterações digestivas, alterações de sono, humor e até mesmo
do ritmo cardíaco podem estar sofrendo interferência devido à uma vértebra subluxada?
Talvez... Essa é uma das possibilidades! Porém, como a rede de interdependência
é complexa, não podemos afirmar que a alteração em um órgão dependa unicamente
da integridade das vias nervosas, pois temos também causas internas,
alimentares e psíquicas, entretanto, a saúde e integridade do sistema nervoso
contribuem positiva e significativamente nessas disfunções.
A neurociência está começando a descobrir a interação
entre as conexões do estado emocional e a condição física, pois existe uma gama
de substâncias químicas conhecidas como neuropeptídeos que atuam no sistema
nervoso como transmissores de informações. Dependendo da composição desses
hormônios fluindo através de nós, iremos refletir o que estamos sentindo
emocionalmente.
Grandes quantidades desses químicos localizam-se na nossa
medula espinhal, isso significa que as nossas emoções e sentimentos são
vivenciados por todo o nosso corpo e não apenas em nossa mente.
Isso nos remete a três
possibilidades:
è Muitos
bloqueios na coluna e nas articulações do corpo se desenvolveram enquanto
estávamos lidando com situações de estresse, tensão, ou mesmo “pensando
sobre o problema”. Dessa forma, nem sempre teremos disfunções devido à
sobrecarga biomecânica ou fatores físicos. Emoções, pensamentos e sentimentos podem gerar um impacto considerável na nossa saúde e bem-estar.
è A
coluna pode gerar prejuízos na mente: Devido às subluxações, as vias de
informação do corpo ficam comprometidas da mesma forma que um instrumento
musical perde a afinação. Comparativamente, perdemos a fluidez nos movimentos,
manifestamos alterações na transição de um movimento para o outro, perda de
equilíbrio, dores musculares e articulares, e a nossa mente poderá revelar
sinais de labilidade potencializando conflitos e ainda distorcer a intensidade
das nossas emoções, causando ainda mais conflitos interpessoais, alteração de
sono, entre outros sintomas. A medicina convencional classificará essa condição
como um equivalente depressivo (psicossomático) e prescreverá antidepressivos
que causarão um novo problema e não atuarão sobre esses desequilíbrios na
produção e circulação de neuropeptídios.
è Quando
ajustamos a coluna vertebral o corpo pode sentir bem-estar, relaxamento, uma
melhora imediata das condições físicas e psíquicas. Outra possibilidade comum é
o paciente começar a lembrar dos momentos e fatores que geraram os seus
sintomas, nesses casos algumas pessoas podem apresentar desconforto mental e
podem necessitar de suporte adicional, porém isso é o resultado de estarmos
atuando nas raízes do problema.
A técnica associa conforto, precisão e suavidade |
A
Quiropraxia Instrumental é realizada com um instrumento que produz uma
manipulação de alta velocidade e baixa amplitude, permitindo a modulação precisa da força, intensidade e direcionamento do ajuste articular de acordo com a subluxação encontrada, e também em relação à idade, constituição
física e fase da disfunção (aguda, subaguda e crônica), sendo uma abordagem confortável para o paciente e também para o profissional.
Embora
no Brasil ainda seja uma novidade, nos EUA a técnica começou a ser desenvolvida
em 1923 por Van Rumpt através da abordagem Non-Force, sendo apresentada em 1945. Baseado na técnica Van Rumpt, em 1958 Arlan
Fuhr começa a desenvolver um instrumento para os ajustes com precisão,
suavidade e eficácia, sendo em 1961 o ano em que houve a popularização do seu
método.
Atualmente
a quiropraxia instrumental é a segunda técnica mais utilizada nos Estados
Unidos, e a primeira em número de publicações científicas.
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